segunda-feira, 4 de julho de 2011
O ORKUT ACABOU... VIVA O FACEBOOK!!!
O ser humano precisa se comunicar, é certo, é essencial. Afinal, foi por conta de nossos contatos que saímos das cavernas e caminhamos pelas florestas mundo afora. A comunicação traz a sensação de pertencer a um conjunto, de fazer parte de algo maior, de algo que pode ser compartilhado por todas as tribos. Esse lance de tribo a gente nunca esqueceu, deve ser memória genética. Portanto, comunicar bem é aumentar as possibilidades da evolução humana. E de tanto comunicar chegamos ao facebook e ao twitter.
Se alguém tinha alguma dúvida do poder da revolução tecnológica em que estamos metidos, agora não tem mais. O mundo ficou pequeno, pequeno mesmo, cabe na tela de um computador, e a China, que continua do outro lado do planeta, está a um toque de distância. Quantas maravilhas há em um teclado?
Mas, tudo tem um preço, e com a tecnologia não seria diferente. Se é verdade que podemos encontrar internet em qualquer beco da vida e que através das lan houses só fica fora do mundo virtual quem quiser (mas esses logo se tornam vítimas de bullying e acabam se adaptando), também não é menos verdadeira a certeza de que nossos valores estão mudando tanto quanto nossa forma de ver o mundo.
Hoje em dia só se fala em redes sociais, muita gente quer fazer parte, de alguma forma, desse mundo que rende bilhões aos seus criadores. E não é por acaso que no twitter você não tem amigos, você tem seguidores. Sim, isso mesmo, seguidores. A razão é que tem algo quase religioso nessa criação internética.
Pra começar, pelo twitter você se comunica de maneira rápida, utilizando no máximo 140 caracteres em cada mensagem. Isso faz com que você seja objetivo, preciso, que tenha foco no que quer transmitir aos seus amigos, seus seguidores fiéis.
Mas, se você entrar no twitter só para conhecer, sem pretensão de seguir ou ser seguido, vai perceber que trata-se de um paraíso de trivialidades. Ali, você pode criar fofocas, estimular intrigas, espalhar boatos e, claro, aderir a uma grande causa, como por exemplo a do ator e humorista Eduardo Sterblitch, que precisava sensibilizar o ator Jim Carrey a lhe conhecer e lhe dar um papel em um filme em Hollywood. Essa iniciativa mobilizou milhões de pessoas no twitter. Jim Carrey, no entanto, deu apenas 10 minutos de seu tempo ao nosso Fred Mercury Prateado e postou no twitter uma foto com um brinquedo que recebeu de Eduardo. O brasileiro não vai fazer filme algum, claro, mas o programa Pânico conseguiu o que queria desde o início, se promover. É pra isso que serve o twitter, promoção, a sua e a de qualquer um.
Outra rede social interessante é o facebook. Nele, as pessoas postam fotos e se conectam com outras ao redor do mundo para trocar mensagens, mas há diferenças em relação ao twitter. Ao abrir o seu facebook você vê no canto direito da tela fotos de pessoas que são amigas dos amigos dos seus amigos e o face pergunta (sim, o facebook lhe conhece, chama pelo nome e tudo): fulana de tal é sua amiga? Se não for amiga, mas for bonita, sexy, pode até vir a ser, por que não, certo? E assim a rede cresce.
Na parte central da tela você pode ler as novidades dos seus amigos. Já que você pode postar fotos, musicas, links... tem de tudo um pouco: alguém apaixonado coloca uma musica para todos entenderem que tem a ver com o que esse ser esta sentindo, mesmo que isso não lhe diga respeito. Você nem sabia que ele(a) estava namorando, nem queria saber, na verdade; outros preferem colocar poesias, textos emblemáticos; outros preferem mostrar suas indignações sobre um pacote econômico do governo ou sobre o novo vestido da Patricia Poeta; e outros falam sobre coisas sérias, como: “ah, hoje vou tomar banho mais cedo”, “meu cachorrinho tá com frio!”, “estou feliz!”, “vou comer angu com caviar pra variar!”... e outras pérolas. Fica parecendo que tudo que você pensa deve ser compartilhado e entendido e curtido pelos outros.
Mas, o facebook é humano (é feito por humanos, eu acho) e também pode provoca discórdia. Ao lado de cada post tem uma opção para que seus amigos possam ‘curtir’ o que você disponibilizou. Se ninguém ‘curtir’, o facer (quem usa o face) fica triste. Mas, pior, se alguém não gosta do que você colocou pode comentar com ironia e começar uma enxurrada de posts a favor e contra a mensagem inicial. Em pouco tempo você está brigando até com quem não conhece por uma razão que você nem lembra direito qual é. E tem milhares de usuários que sugerem a criação de um botão com a opção “não curti”, aí vai virar guerra.
Em breve, graças aos incentivos governamentais, outros milhões de brasileiros poderão usufruir desse mundo virtual, que se tornou uma ditadura. Ou você faz parte ou é o neo excluído, não há meio termo. A impressão é a de que o futuro chegou, tá todo mundo nele, junto e misturado, mas ninguém sabe ao certo para que serve.
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