quarta-feira, 15 de abril de 2009

É PRECISO ACREDITAR!




É PRECISO ACREDITAR em alguma coisa! Talvez essa seja a frase mais conhecida do mundo. Os especialistas, sejam filósofos acadêmicos e/ou de botequins, partem da premissa básica de que, ou você acredita ou você não existe. Antes de ser, é preciso acreditar.
Assim, a vida vai ganhando seus contornos. As crianças, a partir do momento que se percebem, passam a acreditar em algo. Seja na mãe, no pai, no Papai Noel ou qualquer outra coisa. Elas acreditam no bem e no mal, baseadas unicamente no que ouvem dos mais velhos. Acreditam que eles sabem mais. E não importa se pareçam, por vezes, pessoas solitárias, distantes, se brigam demais ou riem de coisas absurdas.

Na adolescência, descobre-se que é preciso acreditar em outras coisas. Acredita-se, por exemplo, que se é eterno, por isso pode-se fazer qualquer coisa e tudo acaba bem. Aí, nesse tempo, os mais velhos são apenas obsoletos, donos de conceitos ultrapassados. Os conselhos, as palavras, as broncas... tudo obsoleto. Coisa de quem não entende nada e pensa que sabe tudo. Acredita-se então nos ídolos, na tv, no cinema e principalmente no que os amigos dizem sobre roupas e cabelos. Sejam amigos do twiter, msn, orkut ou qualquer outro mecanismo de amizade virtual. Quem disse que para estar junto precisa estar perto? Esse é o lema dos meninos e meninas que acreditam nessa forma de se conhecer alguem.
Na contra-mão, os adultos acreditam que essa geração é pior que a anterior, que, por coincidência era a sua. Julgam por parâmetros que simplesmente não fazem sentido algum para quem nem existia naqueles tempos. Ora, a gente mesmo não consegue acreditar que houve um dia em que não havia celular e que as crianças brincavam nas ruas sem medo de bala perdida, imagine quem tem 15 anos.
Acredita-se que Luciana Gimenez não planejou um filho com um Rolling Stone; que Ronaldinho não sabia que levou três travestis com cara de homem para cama; Que não existe armação no BBB; Que Dado Dolabella é um cara maneiro... acredita-se em cada coisa!
De crença em crença, cada um vive seus universos. Acredita-se em chás para emagrecer (você deve conhecer uma amiga que já experimentou todos, acreditou em todos, e continua gorda); máquinas de fazer atletas em casa (shaper disso, shaper daquilo etc) que enferrujam por desuso; raspadinha, loteria, ficar rico com um trabalho honesto (não... pouca gente acredita nisso). Tem gente que consegue acreditar em política profissional, e diz que não há como viver sem ela. Tem gente que acredita que democracia é um governo feito pelo povo e para o povo.
E não podemos esquecer que quando tudo começa a dar errado é preciso acreditar no sobrenatural. Temos os espíritas, que acreditam em reencarnação para resolução de problemas; indianos que, além de multicoloridos, acreditam em reencarnação sem motivo nem fim; os judeus, que acreditam que são o povo escolhido e não acreditam em Jesus; os cristão que não acreditam que alguem, como os judeus, não acreditam em Jesus. Temos também os que não acreditam em nada porque acreditam que não há no que acreditar.
Acredita-se no amor, o problema é que esse amor é totalmente subjetivo, e depende de quem ama, e a quem se ama. Acredita-se que existe uma fórmula para relacionamentos, seja uma entrega absoluta, uma certa distancia, uma troca ou que amar é apenas afinar o instrumento, de dentro pra fora, de fora pra dentro.
Mas, seja no que for, acreditar é preciso, viver não é preciso.