terça-feira, 6 de julho de 2010

DIGA-ME QUEM ESCALAS QUE TE DIREI QUEM ÉS





COPA DO MUNDO, ah, que saudade! E olha que ainda não acabou, a final é no domingo e hoje ainda é terça-feira, antes da primeira semifinal, entre o improvável Uruguai e a dedicada Holanda, que nos eliminou. Aliás, eliminou o Dunga.
Diferente das outras copas, pouca gente foi de livre e espontânea vontade às ruas, e se não houvesse uma competição patrocinada pela Globo, seria ainda pior. Bem, talvez essa apatia fosse o reflexo perfeito da seleção brasileira. Apesar da união alardeada, do perfeito entrosamento decantado e da disciplina tática por tras dos portões fechados, pouca gente acreditava de fato que seriamos compeões. E quem achava isso tinha que ser avaliado, certamente havia teor alcoolico acima dos niveis normais no organismo. Ou pior, talvez fossem casos de uma doença slogânica chamada: "Sou brasileiro, não desisto nunca!". Algum engraçadinho da publicidade inventou isso e a tv se incumbiu de colocar nos cérebros de milhoes de brasileiros. Parreira tinha razão quando disse que o povo é uma caixa de ressonância.
Como todo ‘bom’ treinador, Dunga tinha suas preferências, suas idiossincrasias e suas maluquices. Ele é um homem obstinado com um sonho: todo grupo tem que parecer um exército numa guerra. E por isso, ele fez Robinho pagar 500 flexões por sorriso que escapasse em alguma entrevista. Deu certo. No último jogo, o garoto das pedaladas virou um monstro e quase engoliu, literalmente, um adversário holandês. Quem tem tv high fulll definition plus master consegiu sentir até o bafo.
Kaká era o centro das atenções da mídia, principalmente do Galvão Bueno, que é uma mídia e resolveu achar que o camisa 10 era muito mais do que um dia foi. Sem contar com o fato de que o atleta estava mal fisicamente, apesar dos desmentidos do médico Runco (repararam como esse médico parece estar sempre bêbado ou com sono?). O mesmo médico que garantiu que Julio Cesar estava perfeito, até que no segundo jogo ele caiu e todo mundo pôde ver que havia uma armadura por baixo da camisa. Claro, era mesmo uma guerra.
Mentiras sinceras, dirão, afinal, se soubéssemos o que já sabíamos mas fingíamos que não percebíamos, seria mais fácil imaginar uma desclassificação antecipada. E como ia ficar o feriado em dia de jogo?
A máxima de todo treinador sensato é: "Vou chamar quem estiver bem no momento!". Tudo bem, concordo... mas por que o sósia do Arnold Sharzenegger chamou o Luis Fabiano? E por que o Galvão Bueno acha que ele é fabuloso? O cara não fazia gol há uns 9 meses. Na Copa, marcou contra Costa do Marfin e o Chile, mas nos jogos de verdade, contra seleçoes completas, Portugal e Holanda, ele não apareceu em campo.
Julio Cesar foi mais um ator de filme patriótico do que jogador, e suas lágrimas, que demoraram a sair, pareciam constar de um script pronto. Nada contra o goleiro, que é mesmo um dos melhores do mundo, mas essa lenga lenga toda não nos levou a nada. E mais, se era um mata-mata, era melhor levar o Bruno.
Agora, falar da seleção e não falar de Felipe Melo, é ligar a tv num domingo e não ver o Silvio Santos. O que foi aquilo? QUEM DISSE QUE ESSE FELIPE MELO é jogador de seleção? Um atleta que tem como hobby colecionar cartões amarelos e vermelhos não é uma opção. Pois bem, esse rapaz consegiu entrar para a história como o grande vilão de 2010, aquele que será sempre lembrado como... como muita coisa impublicável. Qual o prazer que ele sentiu ao pisar no velho holandes, Robben? E quando quase decaptou um jogador de Portugal? E quando resolveu brincar de estátua e não marcou o jogador da Holanda que estava ao seu lado e calmamente se posicionou para marcar o gol da vitória? Não, Felipe Melo virou um fantasma, alguem que vai nos apavorar por muito tempo.
Assim, essa foi a Copa do Maradona, do técnico melequento da Alemanha e sua jovem seleção de ótimos jogadores... e do Dunga, que perdeu a guerra dos seus sonhos.

Nenhum comentário: