quinta-feira, 15 de maio de 2008

Branco, Preto e alguma coisa por trás





Alguns mistérios ultrapassam a fronteira dos anos e se perpetuam no imaginário popular como grandes enigmas da humanidade. Como foram feitas as gigantescas pirâmides do Egito? Como os dinossauros foram extintos? Por que o calendário Maia só vai até 2012? E, finalmente, o que é Michael Jackson?
No início da década de 70, a família Jackson Five (que eram sete) era uma unanimidade mundial, dizem que até os líderes da Ku Klux Klan tinham seus discos. Michael, além de vocalista principal, era o cartão de visitas do grupo. Canções como Ben, Happy, One Day in Your Life e Music and Me deixavam marcas indeléveis em quem parasse para ouvir. Os Jacksons eram tão importantes quanto os Flintstones ou os Jetsons. Tão mágicos e eternos quanto.
Infelizmente, o tempo passou, e o encanto, como sempre, foi se desfazendo. Em 1979, Michael, em carreira solo, lançou Off the Wall, enquanto os irmãos tentavam seguir seu rastro. O menino de sorriso cativante iniciava um caminho sem volta. Aquele foi o último disco como black Michael.
Os fãs se multiplicavam numa velocidade somente superada por aquela usada pelo rapaz para se transformar. Thriller, de 1982, já apresentava ao mundo uma outra pessoa. Os cabelos encharcados de gel e as roupas coloridas faziam parte do visual de qualquer adolescente dos 80, só que havia algo mais. O próprio clipe do disco mais vendido de todos os tempos mostrava, numa superprodução, que Michael Jackson não existia mais. Em seu lugar surgia algo diferente.
Provando que a realidade é mesmo um ótimo lugar para se visitar, mas quase ninguém gosta de morar nela, Michael superou toda e qualquer aventura cinematográfica. Como um trem fantasma desgovernado, Mr. Jacko provocava um susto à cada aparição. A música tornara-se um acessório, algo a ser incluído nos pacotes promocionais. Dá para contar nos dedos os sucessos do popstar, a partir de Thriller.
Assumindo, literalmente, o epíteto de Monstro Sagrado, o ex black se deixou levar por um mundo particular, cheio de criancinhas e adolescentes, com direito a parque de diversões em seu quintal e atitudes suspeitas. Dizem as más línguas que nesse período Mike teria fechado um acordo com uma fábrica de chocolates e gravado um comercial em português, onde aparecia dizendo: "Eu só como Garoto".
Se o cantor desaparecia junto com a cor original, fatos e boatos pipocavam: Michael casou-se com a filha de Elvis e gravou um clipe para mostrar que suas curvas, seus cabelos e seu batom eram mais insinuantes que os da esposa; depois, teve filhos – três até agora-, todos de pais desconhecidos; e, após ser coroado como rei na África, ter comprado o direito das músicas dos Beatles e um terreno em Vênus, Michael resolveu fazer algo para chamar a atenção: após ser agraciado com o prêmio Bambi 2002, (não é piada), Michael apareceu na janela de um hotel e balançou um de seus rebentos como se fosse um boneco.
Assim como pirâmides e discos voadores, cada geração tentará explicar, sob referências distintas, o que é Michael Jackson. Seja como for, seu comportamento já é uma lenda, e mesmo hoje, vendo-o andar como um boneco e ouvindo sua voz pífia e metálica, muitos desconfiam de que ele não passa de um truque de imagem.

Nenhum comentário: